As vezes da uma vontade de parar. Largar o lápis ou caneta, deixar de imaginar que escrever dá algum
resultado aqui dentro, porque lá fora, no fim das contas, nenhuma diferença faz.
As vezes meu mundo vira de cabeça pra baixo e só eu sei. E como sei...
Sinto vontade de passar por cima dessa mania de palavras. O problema na
verdade, não é escrever. É reler! Ter que repassar as próprias vírgulas me
cansa e eu não tenho maturidade pra isso, nunca tive, nem para escrever e nem
para reler. Só saio escrevendo, e ainda acho que está bom , na maioria das
vezes. Não tenho maturidade para entender os meus “poréns”, “alias”, “além
disso”, “para sempre”, “nunca mais”. Tudo me tira do lugar exatamente no
momento em que é escrito. Escrever para
mim, que não tenho talento algum, não dá carreira, não dá futuro, não dá
dinheiro. Os “não dá” são muitos. Mas eu prossigo. Tenho uma vida inteira em
palavras, quem sabe até duas. Há o que soa poético - apesar de eu ser contra, e nunca “poetizar”
- na fala, mas não na vida. Eu até largo
a caneta, mas volto no primeiro sopro de criatividade. Fico me privando por
vezes de dizer algo mais forte, bobagem, quem lerá mesmo? Os alvos certamente
não. Parece que meus textos confundem, embaralham, ninguém entende, as vezes
nem mesmo eu. Vou parar de escrever. Não volto amanhã. Não volto depois de
amanhã. Se bem que... Talvez eu tenha uma ideia boa de um texto que não posso esquecer.
Escrever não me salva, não me ajuda, não me torna compreensível. Reler me mata.
Escrever não é nada. Mesmo assim, é tudo.

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