Acontece sempre. Fico triste. Choro.
Minha mãe entra no quarto. Invento uma desculpa. Paro de chorar. Ela sai. Volto
a chorar. E é isso que acontece sempre que fico triste. Foi isso que aconteceu hoje, e é isso que vai acontecer mês que vem. Não é o fato de ser a minha mãe entrando no
quarto, podia ser qualquer pessoa, a desculpa seria a mesma: “os livros tem
muita poeira”. Desculpa mais esfarrapa, não acham? Mas não posso fazer nada, é
o que tem pra hoje, hoje e todos os dias.
Vamos falar dos motivos pelos quais
eu fico triste. Eu não sei falar sobre isso, mas vamos lá. Eu fico triste por
qualquer coisinha, então já estou triste porque você estar interpretando o
texto de uma maneira errada. Eu fico triste quando percebo que fiz alguma coisa
errada, ou quando percebo que falei o que não devia. Eu fico triste por não
conseguir mudar. E além de tudo, eu fico triste por me colocar em segundo lugar
sempre. Já tentei mudar, já tentei pensar primeiro em mim, tentei ser mais
individualista, mas quer saber? Não adiantou nada. Então desisti. Desisti mesmo
e o problema é meu. E não estou bem com isso, obrigada.
A minha vida não é ruim, ela é
melhor do que a de muita gente. Não estou querendo me gabar. Mas eu mesma sou
melhor do que muita gente por aí. Faço menos coisas erradas e mesmo assim choro
mais. Não sei a resposta, e acredite eu já procurei, mas acho que só o cara que
comanda tudo lá de cima é quem deve saber.
A verdade é que chorar é bom para o pulmão.
Por isso choro. Porque me importo com o meu pulmão. Brincadeiras a parte, não
sei por que choro, então não me pergunte. Tudo bem assim? Sem perguntas, sem explicações
sem nada. Me deixa com o meu choro em um canto, uma hora eu paro. Dramático,
não? Não! Olha, não tem nada de drama nisso, é a verdade. Me deixa no meu canto
quietinha que um hora eu paro. Ou melhor, me dê um colo, mas um colo silencioso
que não faça perguntas, apenas faça cafuné. Aí eu agradeço. Agradeço muito.

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