Na medida certa

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014


Mais uma vez. Pensei em falar alguma coisa e, então, não falei nada. Escrevi. Não há nada demais nisso, estranho seria se eu falasse.  Acho que as coisas têm que ser de um jeito, mas sei que nem todos têm o mesmo achismo que eu, por isso, tudo bem. Para se fazer café com leite são necessárias as medidas exatas, ou não tão exatas assim, do café e do leite.
“Você dá o amor que você recebe”. Nada mais ancestral e mentiroso que isso. Tenho muitas pessoas ao meu redor, algumas eu vou mencionar aqui, outras não. Mas em hipótese alguma pensem que as pessoas não mencionadas são menos importantes do que as quais eu usarei como exemplo, porque você estará cometendo um grande erro.
Eu tenho um namorado, e também uma mãe e um irmão. Devo confessar que o amor que recebo de qualquer um deles não é o mesmo amor que eu passo para o outro. Não seria justo. Porque a minha mãe não me passa amor, vai ver ela até envia, mas como o sinal é fraco ele nem se quer chega. E meu irmão tem apenas dois anos. E a meu ver, ele ainda não sabe o que é amor (isso me faz levantar outra questão: qual é a idade necessária para entender de amor?) então como poderia passá-lo para mim? Mas eu sinto uma felicidade tão grande quando ele sorri pra mim, e isso é amor. E meu namorado, bom, muitos vão ignorar essa parte porque “namorado-não-é-importante”. Qual é? Quem foi o imbecil que inventou uma marmelada dessa? Se a pessoa não é importante pra você, então, porque diabos você estaria com ela? Ok, eu supero a imbecilidade do mundo. Voltando ao assunto. Ele me dá amor, muito amor. Chego a pensar que nunca recebi esse sentimento em uma escala tão grande. Mas, eu me pergunto todos os dias: por que eu? Existem mais de sete bilhões de pessoas no mundo e ele escolhe justo a problemática com sentimentos instáveis aqui, pra dar amor. Ele deve ter algum tipo de problema no cérebro, mas eu o amo mesmo assim. E amo muito.
Esse não é pra ser um daqueles textos que o mundo todo gostaria de ler sobre uma menina que se mutila por um garoto bonitão que não dá a mínima atenção pra ela. Com certeza não! Só queria que as pessoas entendessem o que é amor pra mim.  
Quando eu era pequena, fui com minha madrinha e minha prima na casa de uma senhorinha que era benzedeira. Ela benzeu a minha prima e não me benzeu, eu não quis, eu tinha medo. E ela não ficou brava comigo por isso. Ela colocou café na mesa e pão com doce de leite, e eu não comi nada, não sei dizer ao certo se era porque eu estava com vergonha de comer ou vergonha de comer a comida dela. Mas isso não importa. Cheguei na casa da minha vó pedindo pelo pãozinho com doce de leite e meu avô, depois de reclamar um pouco, foi até a panificadora e comprou pra mim. Isso é amor.
Desde que eu me lembro, todos os anos, no dia do meu aniversário um tio meu, liga pra mim. Mesmo que eu não ligue pra ele no aniversario dele, ele não deixa de me desejar todo o amor e felicidade do mundo só porque eu não faço isso pra ele. Isso é amor.
Houve um dia no colégio, provavelmente maio ou junho de 2012, que eu estava um pouco triste, mas a tristeza era minha e eu não precisava deixar ninguém perceber. Mas chega uma hora que você não agüenta mais e a dor precisa sair de você de alguma forma, então você chora. E eu lembro de estar com duas amigas e um amigo, e eles pararam o que estavam fazendo e vieram me dizer que eu não precisava ficar triste sozinha, aí eles me deram um abraço e foi como se cada um estivesse doando lagrimas pra mim, talvez para repor as centenas que derramei. Isso é amor.
Eu e meu namorado sempre fomos amigos, mas entre essa amizade toda havia umas briguinhas e umas brigonas. Quando ele estudava comigo, ele sempre me acompanhava até a casa da minha vó, mesmo que ainda não estivéssemos juntos, digo como namorado e namorada. E um dia eu estava bem nervosa, talvez fosse pela TPM ou pelas coisas indesejáveis que aconteciam, não importa. Mas eu estava nervosa e ele também (nada natural se explica o nervosismo de um homem, uma vez que este não sofre de TPM). Lembro de ele ter falado alguma coisa que eu não gostei, então eu sai andando na frente dele, bem rápido, como quem queria dizer “eu consigo chegar em casa sozinha”. Ele podia ter atravessado pro outro lado da rua, ter pego um ônibus e ido pra sua casa bem rapidinho, mas ele não fez isso. Ele podia ter pedido desculpa mesmo que não tivesse um porquê, mas ele também não fez isso. O que ele fez foi me seguir até a casa da minha avó. Isso é amor.
Gosto muito de falar dele, então eu vou escrever mais um paragrafozinho. Como éramos amigos, sempre teve todo um carinho especial, antes de amigo, agora de namorado. As coisas não mudaram visualmente, mas perceptivelmente. Então eu resolvi dizer a ele que sentia falta de algumas coisas de antes. Disse a ele que sentia falta de quando ele pegava na mão pra atravessar a rua, e então ele me disse que ainda faz isso, e eu retruquei dizendo que não era a mesma coisa. Então ele se explicou “eu pegava na sua mão pra atravessar a rua porque só assim eu podia me sentir seu namorado por um tempo”. E foi a coisa mais linda que eu já li. Isso é amor.

Amor é tudo isso. É o pão com doce de leite, é a ligação no aniversário, é o abraço dos amigos, é acompanhar até em casa mesmo que a vontade seja de mandar ir a merda, é pegar na mão pra atravessar a rua. 

E só lembrando, Gabito Nunes: 2011 foi um ano ruim

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Você acha mesmo que tem ainda uns dez anos para dizer o que realmente importa às pessoas que ama? Doce ilusão. Seu tempo acabou. É hora de repensar sua contribuição diária ao clube. A gente só vive uma vez, você tem certeza que você é aquilo que gostaria de ser? Olhe uma foto sua enquanto criança e compare com o que você se tornou. Se você morrer hoje (acredite, pode acontecer), é assim que você gostaria de ser lembrado? É hora de deixar de ser babaca. Não é bolinho. Eu estou bem no início, recomeçando tudo outra vez, do zero. E você?

O que (e quando) é amor?

Mathew, 6 anos: Amor é quando alguém te magoa, e você, mesmo muito magoado, não grita, porque sabe que isso fere seus sentimentos.

Rebecca, 8 anos: Quando minha avó pegou reumatismo ela não podia se debruçar pra pintar as unhas dos pés desde então é meu avô que pinta pra ela mesmo ele tendo artrite.

Karl, 5 anos: Amor é quando uma menina coloca perfume e o garoto põe loção de barba do pai e eles saem juntos e se cheiram.

Lauren, 4 anos: Eu sei que minha irmã mais velha me ama, porque ela me dá todas as suas roupas velhas e tem que sair para comprar outras.

Tommy, 6 anos: Amor é como uma velhinha e um velhinho que ainda são muito amigos, mesmo conhecendo-se há muito tempo.

Billy, 4 anos: Quando alguém te ama a forma de falar seu nome é diferente.

Chrissy, 6 anos: Amor, é quando você oferece suas batatinhas fritas sem esperar que a pessoa te oferece as batatinhas dela.

Bobby, 5 anos: Amor é o que está com a gente no Natal, quando você pára de abrir os presentes e os escuta.

Nikka, 6 anos: Se você quer aprender a amar melhor, você deve começar com um amigo que você não gosta.

Samantha, 7 anos: Amor é quando você fala pra alguém alguma coisa ruim sobre você e sentimento que essa pessoa não ame mais você por causa disso ai você descobre que ela continua te amando e ate te ama mais ainda.

Jenny, 4 anos: Há dois tipos de amor, o nosso amor e o amor de Deus, mas o amor de Deus junta os dois.

Chris, 8 anos: Amor é quando mamãe vê o papai suado e mal cheiroso e ainda fala que ele é mais bonito que o Robert Redford.

Cindy, 8 anos: Durante minha apresentação de piano vi meu pai na plateia me acenando e sorrindo e era a única pessoa de quem eu não sentia medo.

Noelle, 7 anos: Amor é você falar pro menino que camisa linda voce ta usando e daí ele passa a usar a camisa todo dia.

Jessica, 8 anos: Não deveríamos dizer eu te amo a não ser quando realmente o sintamos. E se sentimos, então deveríamos expressá-lo muitas vezes. As pessoas esquecem de dizê-lo.

Patty, 8 anos: Amor é se abraçar, amor é se beijar, amor é dizer não.

Mary Ann, 4 anos: Amor é quando seu cachorro lambe sua cara, mesmo depois que você deixa ele sozinho o dia inteiro.

Karen, 7 anos: Quando você tem amor por alguém seus olhos sobem e descem e pequenas estrelas saem de você.


Max, 5 anos: Deus poderia ter dito palavras mágicas pros pregos caírem do crucifixo mais ele não disse, isso é amor.

O homem dos cães e dos carros




Depois de muito tempo, cá estou.

sábado, 16 de novembro de 2013

Você deixa uma agulha cair no chão e logo pensa "depois eu pego". Horas se passam, você manda mensagens, escuta uma música, lê um livro, se distrai e se esquece da agulha. Então, você pisa em cima e acaba sentindo uma dor terrível. Você sabe que poderia ter evitado com um simples gesto, um simples movimento, mas mesmo assim fica com ódio por ter se machucado com uma coisa tão estúpida. 
Você se recusa a acreditar que uma coisa tão pequena e inofensiva possa te fazer mal e esquece que pequenas coisas podem causar dores terríveis. Mas, pelo menos, você aprende que nem toda dor é física. 

O que eu sempre quis (ou quero)

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Quando não se tem mais nada a perder, só há o que ganhar. A falta representa a perda, certo? Ou seria o ganho? Ou o que se deveria ganhar?

E hoje, penso no que quero, e o vejo que o que quero se confunde com aquilo que não tenho, com aquilo que não preciso. Eu quero que a minha falta de paciência se amenize, que seus efeitos não sejam tão radicais. Eu quero que a ignorância das pessoas que as têm com orgulho diminua. Por falar em orgulho, eu quero ele bem longe de mim, e das pessoas que me cercam.

Eu quero uma massagem nos pés, e nas costas e pescoço, só para eliminar todo esse peso. Eu quero um café da manhã gordo. Eu quero a cura da minha estrutura emocional. Eu quero ao meu lado as pessoas que exalem bondade. Não aquela bondade obrigada, não aquele favor feito pensando apenas em “um dia eu posso precisar também”.

Now or never. Oito ou oitenta. Eu quero que os meus anjos terrestres continuem me guiando e mesmo que atrapalhados, não me abandonem nunca, nunca, nunquinha. Eu quero a inteligência parar poder explicar tudo o que sinto. Eu quero ohana, quero família, famiglia, family. Quero nunca mais abandonar, nem esquecer. Eu quero livros, e quero a pessoa que me escuta falar sobre eles.

            Eu quero coragem. Eu quero observar, e não falar nada. Porque não é preciso, na maioria das vezes não são preciso palavras. Eu quero que as minhas atitudes não causem mal a ninguém. Quero muita coisa, a maioria eu já tenho, mas ainda não estou contente com a quantidade. O que é horrível, porque nunca quis ter muito e sim ser muito. O que é errado. Ou seja, nada certo, tudo errado. É assim que as coisas são, e nós vamos levando. 

Calopsia

Tá aí. Entendi porque sou tão frustrada com as coisas. E agora que descobri, tenho que parar de ser assim, tentar ser o menos Gabrielle possível. Pra ser sincera com vocês e comigo, não tenho que tentar, tenho que fazer. Tenho que tentar parar de tentar e conseguir de uma vez por todas. Isso me estressa, me dá uma dor de cabeça, que olha, melhor nem descrever.

Sempre fui assim. Meio burra demais. Sempre achei que um elogio era algo importante e não uma palavra dita por pura simpatia (ou falsidade). Sempre achei que minhas amizades seriam eternas e que a próxima esquina não me separaria de ninguém. Sempre dei muito valor para as coisas que as pessoas diziam fazer ou faziam por mim.  O pior de tudo, é que eu não deveria ser assim, e sei disso.

Eu sei que todas as relações, t-o-d-a-s, tem problemas. Mas eu insisto em achar que todas as relações, t-o-d-a-s, que eu tenho com qualquer pessoa em qualquer que seja o “nível” vão ser um mar de rosas. Mas é claro que não! Eu vou me desentender, afinal, o mundo não é feito de pessoas com a mesma opinião que a minha. Eu sei disso, eu sei de tudo isso e mais um pouco, por exemplo, sei que não vai estar tudo certo sempre, a não ser que um milagre aconteça, mas não consigo aceitar isso, não consigo. E isso me irrita, eu me irrito mais do que qualquer pessoa possa vir a me irritar, e esse é o fato que me deixa mais irritada ainda.

Às vezes faço birra e fico bicuda pelos meus próprios erros. Mas agora já sei porque erro tanto. E essa coisa de achar que tudo ta bonito do jeito que está, ou pior, de achar que está mais lindo e maravilhoso do que o bonito que era antes. Acha complicado? Eu não. Complicado seria se eu resolvesse tentar explicar tudo. Ta aí, apareceu de novo : “tentar”.

Não peço a vocês que me entendam, porque nem eu mesma consigo fazer isso – e se você me conhece, sabe que eu sempre digo isso. Só peço que entendam o que eu digo, e que não tentem enxergar nas entrelinhas porque não tem nada nelas. Obrigada.






Design e código feitos por Julie Duarte. A cópia total ou parcial são proibidas, assim como retirar os créditos.
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